Como escolher um sistema de radiografia

Ao escolher um sistema de radiografia, há uma série de fatores que importa levar em consideração: o uso previsto, a potência do equipamento e a tecnologia que utiliza, as dimensões do aparelho, o preço, o número de exames por dia e os componentes do sistema (modularidade).

• Uso previsto: refere-se ao tipo de procedimentos a que o equipamento se destina. Há diferentes tipos de sistemas, cada um projetado para um uso específico, como mamógrafos, sistemas de fluoroscopia, sistemas de radiografia para ossos e pulmões, aparelhos de raios X odontológicos, etc. Existem, igualmente, sistemas gerais e sistemas portáteis, estes últimos para a realização de exames fora de estabelecimentos de saúde, para medicina veterinária, etc.
• Potência e tecnologia: é importante verificar se o sistema é analógico (imagem registrada em filme) ou digital. Neste último caso, poderá ser de radiologia indireta (CR) ou direta (DR). A principal diferença entre os sistemas analógicos convencionais e os digitais está no método utilizado para detectar os raios X depois de estes atravessarem as estruturas do corpo. Atualmente, há dois tipos principais de sistemas de radiologia digital:
  • Sistemas CR (radiografia computadorizada, ou radiografia indireta): utilizam um chassi com uma placa de fósforo sensível à radiação para armazenar uma imagem latente, que é depois revelada e digitalizada para ser lida;
  • Sistemas DR (radiografia direta): com um detector de painel plano, geram a imagem digital em poucos segundos, sem qualquer etapa intermediária, e enviam‑na diretamente para o computador.
• Dimensões do equipamento: antes de efetuar a compra, é fundamental avaliar o espaço (área/altura) disponível na sala de exame, a fim de escolher um modelo de dimensões adequadas.
• Preço: há que levar em conta não apenas o custo de aquisição do equipamento, mas também os custos de operação e de manutenção.
• Número de exames por dia: a demanda diária de exames de raios X irá influenciar a escolha entre vários modelos.
• Componentes do sistema: um sistema de radiologia é formado por vários elementos, que podem ter diversas configurações: mesa móvel ou fixa; braço porta‑tubo de teto ou de piso, giratório ou não; bucky mural ou de piso, etc.
  

  Sistema de radiografia com braço porta‑tubo de teto da Siemens Healthineers

Os sistemas de radiografia podem ser classificados conforme o tipo de instalação para que foram projetados, sendo os três tipos principais os modelos de piso, de teto e os portáteis. 

• Sistemas de radiografia de piso: são os equipamentos mais comuns em hospitais e outros estabelecimentos de saúde. Permitem realizar uma maior variedade de procedimentos do que os aparelhos de raios X portáteis. Desde logo, utilizam geradores mais potentes do que estes últimos.
• Sistemas com bucky mural/estativa de teto: os sistemas com bucky mural ou estativa de teto são muito versáteis e permitem uma maior variedade de aplicações do que os sistemas fixos ou portáteis. Geralmente, têm de ser instalados em salas maiores e costumam ser mais caros do que os sistemas de piso ou portáteis, principalmente devido aos custos associados à instalação e ao tamanho da sala.
• Sistemas portáteis: os aparelhos de raios X portáteis não devem ser confundidos com os sistemas móveis de radiografia. Os aparelhos portáteis são os menos potentes dos três tipos mencionados nesta secção. Em contrapartida, são fáceis de utilizar e de manusear, para além de implicarem menos custos do que os outros sistemas. Destinam‑se maioritariamente a hospitais de campanha, consultórios médicos individuais, estábulos (no caso dos sistemas veterinários), etc.
  

  Sistema de radiografia de piso da Canon Medical Systems

• Sistemas analógicos (com filme radiográfico):
  • Vantagens: 
    • Instalação geralmente mais simples;
    • Solução mais econômica (excluindo os materiais de consumo).
  • Desvantagens:
    • Impacto ambiental: é necessário utilizar produtos químicos para revelar as imagens.
• Sistemas digitais (detectores CR e DR):
  • Vantagens:
    • Melhor qualidade das imagens;
    • Menor exposição do paciente aos raios X;
    • Exame mais rápido;
    • Fácil processamento e compartilhamento das imagens após o exame;
    • Facilidade de armazenamento das imagens (no formato Dicom).
  • Desvantagens:
    • São necessários equipamentos informáticos para processar as imagens;
    • Impacto ambiental: porque se trata de um sistema eletrônico, a sua fabricação é nociva para o ambiente.
      

      Sistema de radiografia digital da Perlove Medical

Além da tecnologia (analógica ou digital), há outras opções a serem consideradas quando se conta adquirir um sistema de radiografia: 

• Bucky mural: número de dispositivos disponíveis, tipo de bucky (de parede, de piso ou de teto), etc.;
• Mesa: mesa móvel ou fixa, basculante, de altura ajustável, etc.;
• Braço/coluna porta-tubo: de teto, de parede ou de piso, giratório, etc.;
• Detectores: tamanho, tecnologia do detector, etc.;
• Gerador: potência do gerador.
  

  Sistema de radiografia de coluna giratória com detector/porta-tubo da Examion