Como escolher um imobilizador ortopédico

Tala de tornozelo da marca Aircast

Não existe consenso sobre a nomenclatura deste tipo de produtos. Neste guia, faz‑se a distinção entre ortótese, tala e suporte elástico, com base no grau de imobilização que cada um proporciona ao membro ou à articulação em causa.

• Ortóteses: as ortóteses, ou órteses, oferecem uma boa estabilização, deixando um certo grau de mobilidade para que se possa trabalhar o membro ou a articulação afetada.
• Talas: as talas são rígidas. Permitem a imobilização total do membro ou articulação.
• Suportes e ligaduras elásticas: estes dispositivos ortopédicos fornecem um suporte ligeiro e uma compressão elástica, não tanto uma verdadeira estabilização.

Ortótese clavicular da Thuasne

A escolha de um imobilizador ortopédico deve basear-se em vários fatores importantes, tais como:

• A gravidade da lesão;
• O tipo de lesão ou patologia (fratura, rutura ligamentar, osteoartrite, deformidade congénita, etc.);
• A utilização prevista do imobilizador ortopédico (por exemplo, para praticar desporto ou usar em casa);
• O tamanho do membro ou da articulação que se pretende imobilizar.

Há certos cuidados a ter quando for necessário usar um dispositivo de imobilização ortopédica. Estas são as principais recomendações:

• Na ausência de prescrição médica, é aconselhável informar-se junto de um profissional de saúde (médico de clínica geral, fisioterapeuta) sobre qual o tipo de imobilizador ortopédico mais adequado à sua situação;
• Mesmo que a dor não seja forte, é necessário respeitar a duração de utilização do imobilizador ortopédico que foi recomendada;
• Convém aguardar a indicação de um profissional de saúde para retomar uma atividade desportiva intensa que esforce a articulação ou o membro imobilizado.

Ortótese de joelho com estabilizador de rótula da Pavis

As ortóteses de joelho, ou órteses de joelho, mais conhecidas por joelheiras, podem ter diferentes características consoante os modelos.

• Abertas: proporcionam um conforto adicional e favorecem a circulação de ar, deixando respirar a pele;
•  Articuladas e ROM (Range of Motion): permitem controlar o movimento da articulação. As ortóteses com o sistema de articulação ROM oferecem a possibilidade de limitar a amplitude de movimento do joelho;
•  Com almofada rotuliana: protegem a rótula (patela) de eventuais impactos;
•  Estabilizadoras de rótula, ou com reforço patelar: permitem limitar o movimento da rótula na flexão e na extensão do joelho;
•  Estabilizadoras de ligamentos: estas ortóteses de joelho estabilizadoras oferecem a vantagem de poder limitar os movimentos do joelho que utilizam certos ligamentos, tais como os ligamentos cruzados, o ligamento lateral, etc.

Existem diferentes tipos de talas para dedos, que podemos agrupar em três categorias principais: talas de estabilização, talas de flexão e talas de extensão.

• Talas de estabilização: impedem o movimento parcial ou total de um ou mais dedos. Podemos encontrar modelos para um único dedo e outros que começam logo no pulso e proporcionam estabilização a vários dedos. É, também, possível imobilizar apenas uma falange de um dedo. Estes são alguns dos modelos de talas para estabilização dos dedos.
  • Talas tipo “stack”, ou talas para dedo em martelo: são utilizadas principalmente para limitar a flexão da falange distal (aquela em que se encontra a unha);
  • Talas tipo Cot, ou talas de dedo duplas: servem para limitar a flexão do dedo todo;
  • Talas tipo baseball: permitem imobilizar as articulações das falanges proximais ou distais;
  • Talas tipo frog: são maioritariamente utilizadas para estabilizar e alinhar as articulações dos dedos após uma lesão ligamentar;
  • Talas de quatro barras, ou talas tipo Protector;
  • Talas simples: possuem uma única barra.
• Talas de extensão: são talas dinâmicas que permitem restabelecer a amplitude de movimento das articulações, nomeadamente em casos de rigidez ou de rutura dos tendões;
• Talas de flexão: são talas dinâmicas que promovem a aplicação de uma força suplementar que vai ajudar a flexão de um ou mais dedos. Geralmente, a tala mantém o dedo dobrado.

Colete toraco-lombo-sagrado (TLSO) da Optec USA

Existem ortóteses e talas com características específicas:

• Ortóteses e talas dinâmicas: as ortóteses para tornozelo e pé (AFO) são geralmente deste tipo;
• Ortóteses e talas articuladas / ROM;
• Ortóteses e talas para crianças ou para adultos;
• Ortóteses e talas de abdução para determinados membros: algumas órteses para o ombro possuem uma almofada de abdução;
• Ortóteses para múltiplas articulações: são frequentemente utilizadas em casos de deformidades e classificadas segundo as áreas anatómicas abrangidas:
  • AFO (ankle-foot orthosis / ortótese tornozelo-pé),
  • KAFO (knee-ankle-foot orthosis / ortótese joelhoo-tornozelo-pé),
  • HKAFO (hip-knee-ankle-foot orthosis / ortótese anca-joelho-tornozelo-pé);
• Ortóteses para um ou mais conjuntos de vértebras:
  • SIO (sacro-iliac orthosis / ortótese sacro‑ilíaca),
  • LSO (lumbo-sacral orthosis / ortótese lombo‑sagrada),
  • TLSO (thoraco‑lumbo-sacral orthosis / ortótese toraco‑lombo‑sagrada),
  • CTLSO (cervico-thoraco-lumbo-sacral orthesis / ortótese cervico-toraco-lombo‑sagrada).